terça-feira, 24 de abril de 2012

Poema da minha obra : O Novo Amanhacer


Como zombies caminham as massas 
Se saber que são controladas
Por entre mascaras e fachadas
Separados por credos e raças
Fio de nylon em mãos bem lavadas

A criança não quer aprender
O adulto não que saber
E o adolescente
Esse nem gente sabe ser 

Sem vontade própria ou morfismo
Nem sequer têm opinião
Escravos do imperialismo
Podem ser tudo, humano não são

Já nem a arte ou a cultura
Fogem da maquina infernal
De poucos ainda perdura
A vontade cega e segura
De ser Homem e não animal

Começa a olhos vistos
Sobre as luzes e as câmaras
A metamorfose dos vivos
Em mortos sem almas
Que caminham, sorriem e trabalham 
Fazendo dinheiro, não para eles
Mas para quem deles o ganham

O que tem valor, nada vale
 O que nada vale é incalculável
O bem se transforma em mal
O respeito pelo paranormal 
Torna a sociedade insecável

Somos poucos quais nenhuns 
As massas anónimas 
Se juntam a mais alguns
Lutadores, Homens livres, artistas
Pensadores, filósofos platónicos
Sem credo nem fé, realistas

A sociedade que vos prende libertou
Quem do novo amanhecer regressou

Poema da minha obra : Os Teus Sonetos de Amor


Estou embriagado de lembranças
O toque da tua pele me queima
Mesmo desprovido de esperanças
O teimoso ainda teima

Com aquela mania de que de almas
Somos gémeas mesmo sem querer
No fim da música as palmas
No fim do mundo o perder

E só agora no fim dos tempos
Se apagará a chama por ti acesa
E mesmo ai há suplementos
De sentimentos de alma presa

Presa eternamente
Ajoelhado como um crente

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Poema da minha obra : Diário de um Poeta Só


Jardins botânicos da vida
Melancolia que trago nos braços
Brinco de maneira divertida
E alma de cor garrida
Que segue de novo esses passos

Sentimentos são aves migratórias
Que voam todas as primaveras
Uns levam esperanças e glórias
E outros belas histórias
Que ecoam por todas as eras

Colho uma flor, num toque subtil
Envergonhado e quase sem jeito
E nessa flor de Abril
Retrato o que me vai no peito
Um sorriso basta é certo
Para que nasça de novo o afecto

Magico efeito, magica sinfonia
Da música mais bela do dia

Caminho contigo, lado a lado
Braços dados, olhos nos olhos
Esqueço da tristeza e do fado
Do peso que os ombros trago
Voltam a ingenuidade e os sonhos

Já lá ia o tempo, acreditava
Amargura que trazia em mim
Inverno que sempre durava
Ao amar quem nunca me amava
Sabia só viver assim

Mas o tempo não ia, parou
Olhamos um no outro fixamente
Desta vez o olhar não se desviou
Sorrimos de forma inocente
Génese de tudo, lábios humedecidos
E entre os braços envolvidos

No término o meu desejo
A apoteose, num simples beijo

Poema da minha obra : Entre a lembrança e a Saudade. Eu!


Uma menina que brinca
Num canto de um jardim
Com flores plantadas por mim

Alegremente, foi crescendo
Se tornou numa bela mulher
Nos olhos de outros  foi caindo
Inocente? Deixou de ser

Cresci eu também equiparado
Observando a realidade hostil
E ficando horrorizado
No que ela se tinha tornado
Num ser revolto e vil

O sorriso sobreviveu a infâmia
E as malhas de Lúcifer
Sorriso que agora é manha
Espontâneo deixou de ser
É realmente avassalador
Ver a morte de tal valor

Numa real antítese
Cresci eu em sapiência
Passei de orbita circular numa elipse
Envolvido no estudo e na ciência
Deixei para os simples
O sentimento mundano
Nunca deixando de ser humano

No jardim por mim construído
Resta apenas uma flor
A lembrança de um sonho perdido
Imbuído de tanto amor
O resto foi arruinado
Pelo exercito da malfeitoria
Jardim antigo, agora descampado
Onde tu brincavas um dia

Nada sobrou apenas uma pétala que balança
Entre a saudade e a lembrança

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Poema da minha obra : Diário de um Poeta Só


Se há astros que brilham
Tu brilharás muito, intenso
Se há olhos que choram
Os meus quando em ti penso

Vida que corre e não obstante
Meu sangue suor e lágrimas
Se tudo passa num instante
Correm poemas em páginas

E não podendo dizer de amor
Aquilo que vai na minha alma
Basta-me dizer da dor
Que se esconde na minha calma

E da noite mais um vagabundo
Que deambula pela cidade
Esperança morre num segundo
Quando bate na realidade

Nunca me dês ouvidos
São nada, versos perdidos

domingo, 21 de junho de 2009

Poema da minha obra : Os Teus Sonetos de Amor


Doutorado honoris causa
Em sentimento dorido
Alma que pede pausa
Negro pensamento embebido

Crisântemos, flores primaveris
Envolvido nos teus lábios
Comboio sem carris
Conhecimentos sem sábios

Apaixonado, mas proibido
Carente satisfeito
Na vida sem sentido
Coração pára no peito

Morte imbuída de solidão
Pelo um crime sem perdão

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terça-feira, 16 de junho de 2009

Poema da minha obra : Diário de um Poeta Só


Preso a ti ab aeterno
Correntes de ferro em chamas
Toque de carinho terno
No rosto de quem amas
De tanto te querer, anjo
Afastar-te é o que arranjo

Tens numa mão o universo
Na outra a minha alma
No olhar um toque perverso
Nos lábios o que não expresso
No sorriso a minha calma

Sabedoria cai aos teus pés
Como caem também amantes
Barcos no canal do Suez
Aguas com os meus semblantes
Flores com a tua fragrância
Ao meu túmulo da importância

A tua pele é lua é firmamento
Não és perfeita, és superior
Fruto do sagrado sacramento
Reino sem regimento
Poema de um poeta sem valor

Retratar-te é sofrer
Por mais que escreva não consigo
Relembrar-te é viver
A vontade de estar contigo
Um dia dormirei a tua porta
Até que a minha alma esteja morta

Não estaremos juntos nesta vida
Muito por mea culpa
A tua felicidade contrapartida
A minha destruída
Pena minha absoluta

Perdoa-me por continuar a escrita
As palavras profanas que te dedico
De forma pouco erudita
Que de joelhos te recito
Ventre que carregará o fruto
Não o meu, mas sim de outro

No teu oceano sou gota de água
Insignificante pingo de chuva
Tristeza em cima de mágoa
Fogo, quente frágua
Escondo a mão com a minha luva

Como sempre escondi tudo