quinta-feira, 14 de maio de 2009

Poema da minha obra : Diário de um Poeta Só


Nos meus olhos não viste
Ou nem sequer quiseste ver!

Lágrimas vermelhas de sangue
Negras pupilas delatadas
Amor cego, que se expande
Mãos atrás das costas amarradas

Não te soube mostrar o meu interior
Apenas te soube mostrar a minha dor

Quis-te de alma, corpo
Neguei o que sentia
Tal barco encalhado no porto
A mil pés de ti fugia

Sabendo o sabor saboroso do teu beijo
Negando o desejo que mais desejo
Dizendo que não a mim mesmo
Mentindo, chorando, sorrindo

Sofrimento carnal
Corpo dorido, ferido
Não á vista, em geral
Sofrimento guardado, perdido
Entre linhas escondido

As mãos tremem quando te vejo

Vejo-te falar de outro ser humano
Aqueles que tu amas
Chamas Boneco de Pano
Os meus poemas, já não declamas
Nas horas más já não me chamas

Sou pedra no caminho
Sou só, querendo estar sozinho

Já não sei amar, odiar, pensar, não sei nada
Estou na parede e corta-me a espada
Vejo as minhas entranhas, apenas pó
Sentimentos secos que causam dó

A outrora verde esperança empederniu
Ao longo que a noite surgiu

Não sou digno de dizer que te amo
Sou apenas um farrapo
Tens um boneco de pano
Eu sou um boneco de trapo