sábado, 28 de março de 2009

Poema da minha obra : O Novo Amanhacer


Sou um lobo, bom demais assim quis
Ter alma de boémio
Lobo de rua, noctívago
Perdido por um copo de anis
Achado num copo de absinto
E ninguém sabe o que sinto

Ajudo sempre um amigo
Não tenho nunca ajuda de ninguém
Sempre que estou perdido
Espero e desespero por alguém
Mas somente a alcoolemia
E os lobos me fazem companhia

Entre mulheres da noite, feliz
Narração in media res
Sem meio, ou meio-termo
Mal me aguento nos pés
Perdido neste ermo
A espera da minha vez

Descobri na marginalidade
Mais do que desgraça
A minha criminalidade
E ser um ser livre, de graça
Ser criminoso e ter a fama
Ter mulher, ter de pagar a cama

Quando a lua aparece
Os lobos uivam com pujança
A minha matilha não esquece
As ideias de esperança
Reunidos para caçar almas
Cheio de calos nas palmas

Escritores, poetas, músicos,
Idealistas, revolucionários, filósofos
Estão cá todos na matilha
Sedentos, fortes lobos
Vigor no olhar da quadrilha
E fome de cultura
Vida alegre de lobo, vida dura

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